Informe Histórico do Bem Cultural
Calçamento de Paralelepípedos da Praça Juscelino Kubitschek
Esta rua que é um prolongamento da Rua Antônio Carlos, principal logradouro da cidade de Lima Duarte é uma das mais antigas vias.
Ela destaca-se pelo seu calçamento em paralelepípedos, executados em meados de 1960. Estas pedras foram extraídas da região do Salto, próximo à sede municipal, sendo lapidadas por funcionários da Prefeitura.
As principais ruas da cidade eram calçadas deste material que ao longo do tempo foi sendo substituído por camada asfáltica que, segundo alguns propicia maior conforto ao trânsito de veículos.
Deste calçamento original restou somente a mencionada rua, que se inicia junto à Igreja de Nossa Senhora do Rosário e prolongamento até o entroncamento da Rua Tancredo Alves, junto a Câmara Municipal. Encontra-se nesta via construções de importância cultural, política e religiosa como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, a Prefeitura e a Câmara Municipal, a Igreja Metodista, a Praça Juscelino Kubitschek e outros.
Esta rua é um das mais antigas da cidade, pois liga outrora Rua 15 de Novembro e hoje Antônio Carlos (Rua Principal) ao Matosinho, denominada atualmente de Otacílio de Paula. Por ela escoava todo o trânsito da cidade até os anos 30 em direção a Juiz de Fora, visando ainda não existir ainda os logradouros adjacentes. Era palco também de desfile de estudantes nas paradas de 07 de Setembro, manobras e marchas do antigo Tiro de Guerra local e passagem obrigatória das procissões das festas mais importantes do catolicismo.
No seu lado esquerdo, foram edificados no início do século, imponentes casarões, sendo aí instalados a primeira agência dos Correios na cidade e uma das primeiras agências do antigo Banco Nacional.
Atualmente possui ao longo do trajeto construções mais modernas, que convivem com as edificações quase seculares. Destacando a sua pavimentação em paralelepípedo, um dos tipos de calçamento mais antigo nas áreas urbanas e que de maneira indiscriminada, foram na maioria de nossas vias urbanas, substituídas pela camada asfáltica. Esta descaracterização enfeia as cidades interioranas e, apaga os vestígios de um passado de maior esmero no trato arquitetônico dos sítios urbanos.
Histórico do Bem Cultural
Árvore Samanea tubulosa
Na Praça Juscelino Kubitschek, ladeada por belos casarões dos anos 20, muitos em arte decô e, arrematada pelo imponente prédio da Prefeitura Municipal, encontra-se uma frondosa Samanea tubulosa (Benth), conhecida popularmente como “sete-casca”, “feijão-cru”, “pau-cangalha”, “abobreira” e outras denominações, ali plantada a mais de cinqüenta anos. Está situada do lado esquerdo, junto à fachada do prédio da administração municipal.
Medindo mais de 10 (dez) metros, dotada de copa arredondada, tronco cilíndrico quase que ereto, revestido por casca grossa fissurada. Esta espécie não é comum em Minas Gerais , sendo mais encontrada no Centro-Oeste e ao longo do Rio São Francisco.
Sua madeira pode ser utilizada em marcenaria e lenha. Seu principal uso é a ornamentação, sendo suas vagens alimento para o gado comum.
Ao ser implantada ali por um velho jardineiro municipal, no final dos anos cinqüenta, pensou ele em criar sombra e perfumar a praça com sua bela florada.
Apesar de nosso sítio urbano estar rodeada ainda do verde da vegetação dos morros que nos cercam, nossos logradouros possui poucas árvores. Esta distorção foi provocada por uma falsa maneira de ver o progresso urbano como sinônimo de cimento e asfalto. Lima Duarte não fugiu a esta síndrome, graças a administradores despreparados para o exercício da função. A “árvore do jardim” já esteve ameaçada de corte, porque alguns argumentavam que seu gigantismo poderia ser prejudicial aos carros, que passam pela rua lateral. Mas felizmente existem também aqueles que reconhecem a importância da preservação do meio-ambiente e sabem admirar as belezas naturais.
O Tombamento da “sete-casca” foi solicitado pelo Sr. Paulo dos Reis Modesto, jornalista e proprietário do Jornal da Tribuna de Lima Duarte, a este Conselho, que em reunião de 25/02/2000, acatou o pedido e realizou o Tombamento pelo Decreto n°05/2000 de 16/03/2000.
A nossa “sete-casca” chama a atenção pela sua beleza, principalmente na floração e por ter em seus galhos grande quantidade de orquídeas e outras plantas oportunistas. Sua copada muito ampla avança sobre a Praça Juscelino Kubitschek e chega a cobrir toda a rua. Em sua sombra abrigam casais enamorados, pessoas da “melhor idade” que descansam da caminhada revigorante e, as crianças que fazem brincadeiras e crescem para a vida.
Samanea tubulosa (Benth) Barneby & grimes
Família Leguminosae - Mimosoideae
Nomes populares – alfarobo, abobreira, farinha seca, sete cascas, feijão-cru, pau-de-cangalha, inga-de-pobre.
Características morfológicas: Altura de 4,18 m dotada de copa arredondada. Tronco mais ou menos ereto e cilíndrico, revestido por casca grossa, fissurada e muito suberosa, de 25 - 45 cm de diâmetro. Folhas compostas bipinadas, com eixo comum (pecíolo + raque) tomentoso de 8 – 28 cm . Pinas opostas ou alternas em número de 1-4 pares, com eixo comum de 1-7 cm . Folíolos opostos, discolores, glabescentes na face superior e tomentosos na inferior, curto-peciolulados, de 2-5 cm de comprimento por 1-4 cm de largura. Inflorescências em capítulos terminais, em agrupamentos de 6-15, cada um com 12-20 flores, sobre pedúnculos de ___ cm de comprimento. Fruto legume séssil, indeiscente, 1-2 por geralmente eretos, de 10-18 cm de comprimento, com 20-30 sementes. É muito semelhante à espécie Samanea inopinata (Harms) Barneby & Grimes que ocorre na mata higrófita sul baiana.
Ocorrência: Mato Grosso do Sul e Mato Grosso no Pantanal Mato-Grossense e Chapada dos Guimarães, sul do Pará e Baixo Amazonas e Bahia no Vale de São Francisco. Também no Paraguai, Bolívia e Peru.
Madeira: Pesada (densidade 0,78 g/cm³), dura, textura média, grã direita, de media resistência mecânica e moderadamente durável.
Utilidade: A madeira é empregada apenas localmente para marcenaria, moirões e para lenha. A árvore é ornamental e muito cultivada na arborização rural. A vagem é forrageira para o gado vacuno.
Informações ecológicas: planta caducifólia, heliófita, seletiva higrófita, pioneira, característica da mata semidecídua do Pantanal Mato-Grossense, da mata caducifólia do Vale do São Francisco e das savanas Amazônicas. Apresenta freqüência geralmente baixa, com dispersão bastante descontinua e regular ao longo de sua área de distribuição. Ocorre preferencialmente em capoeiras e áreas abertas como colonizador em várzeas aluviais e beira de rios, onde o solo é bem suprido de água e de boa fertilidade. Produz anualmente moderada quantidade de sementes viáveis, disseminadas por animais domésticos.
Fenologia: floresce durante os meses de agosto a novembro. Os frutos amadurecem no final da estação chuvosa (maio-julho).
Obtenção de sementes: colher os frutos (vagem) diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea ou recolhe-los no chão sob a planta-mãe logo após a queda. Em seguida devem ser abertos manualmente para retirada das sementes. Um kg contém aproximadamente 1.200 unidades.
Produção de mudas: colocar as sementes para germinação logo que colhidas em canteiros de semeadura a pleno sol contendo substrato orgâno-arenoso. Em seguida cobri-las com uma camada de 0,5 cm de substrato peneirado e irrigar duas vezes ao dia. A emergência ocorre em 4-6 semanas e a taxa de germinação geralmente é baixa. A sua escarificação melhora na germinação. O crescimento das plantas no campo é rápida.
Como é bom ver as fotos de minha querida cidade! Até hoje não conformo de terem asfaltado o calçamento de paralelepípedo no centro de Lima Duarte...Parabéns, belo trabalho!
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